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I O / C.V. |
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Solange Escosteguy |
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CURRICULUM
VITAE
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Nasceu
em Porto Alegre, em 1945. Viveu e trabalhou no Rio de Janeiro, Paris,
Milão, Budapeste, Brasília, Washington, Montevidéu,
N. York e Santiago. Vive em Montevidéu desde março de 1999.
exposições individuais 1966- Galeria
Guignard, Belo Horizonte - "A arte de Solange Escosteguy e Antonio
Dias", arte de vestir; exposições coletivas 1964- Galeria
Vila Rica, Rio de Janeiro, pinturas; exposições virtuais 1998- "Artistas
Contemporâneos de Brasília", site: www.coresbrasil.com.br
Pontual,
Roberto- Dicionário de Artes Plásticas do Brasil, Rio
de Janeiro, Editora Civilização Brasileira, 1969. prêmios 1974- XXXI
Exposição de Arte do Estado do Paraná
excertos de trechos críticos
O requinte
geralmente emprestado às confecções femininas em
geral, pelos costureiros, reside na adaptação à
idéia geral das mesmas de materiais caros, de luxo, que fazem
com que valham mais, ou menos, conforme o caso. Para Solange Escosteguy
porém esse requinte não está forçosamente
ligado ao preço do material, mas às suas idéias
plásticas de desenho e cor. Solange não se quer deixar
enfeitiçar pelos excessos, pela aplicação sobre
a idéia de enfeites extra-confeccionados, mas quer que a própria
forma, o corte geral de cada peça, nasça de uma só
idéia, que se prolonga na confecção total, completando-se
com o desenho contínuo e a cor, sempre altamente plásticos.
Isso decorre de um dom inato na artista para o desenho, para a linha,
que se desenvolve aqui, em cada nova peça, com uma riqueza inventiva
muito grande. As formas nascem de um modo contínuo, envolvem-se
topologicamente por toda a peça, e surgem então as aparências
mais inesperadas: são como que formas vegetais surgidas do âmago
da natureza, como que sugeridas por vegetações tropicais,
por vezes carregadas de certa dose de vivências subjetivas, o
que lhes empresta um caráter estranho, por vezes insólito.
Isso, porém, de modo muito sutil. Solange é, na verdade,
antes de mais nada, pintora; eis porque suas concepções
plásticas vêm, também, como não poderia deixar
de ser, impregnadas desse subjetivismo, mas sempre traduzindo-se em
idéias plásticas, em linha-forma-cor. Ao criar, desde
princípio de 66, seus primeiros objetos ( a que designo como
anti-caixas e supra-relevos), não houve qualquer quebra ou descontinuidade
entre as duas atividades. Passa ela de uma a outra, como se isso enriquecesse
e desse expansão ao seu desejo incontido de se expressar mediante
a cor e a forma, que se erguem, a cada nova obra, em novas proposições.
Nas roupas, dá forma a um sentido decorativo inato, de uma clareza
matisseana, de uma robustez plástica impressionante: a cor, decorativa,
vibra por vezes em tons surdos mas sempre de natureza interior, que
se acrescenta à vibração inerente à cor,
na origem. Quando cria então seus primeiros relevos (ou supra-relevos),
estes são como que um prolongamento desta primeira atividade
- procura ela dar então uma estrutura puramente plástica
às suas idéias anteriores, que fluem organicamente, como
uma necessidade. Vai direto ao relevo-caixa, onde a forma de tronco
trapezóide, logo no primeiro, é como que desmanchada virtualmente
pela pujança da forma-cor que a envolve. Eis porque , ao se repetir
de modo contínuo essa quebra de volumes, essa construção
e reconstrução dos volumes pela forma-cor pintada continuamente
sobre a superfície transformando-a topologicamente, que nasce
então um conceito a que chamei de supra-relevo ou anti-caixa
---->a caixa aqui é relevo, mas deixa de ser 'forma-caixa'
porque a artista não está preocupada querendo esquematizar
a idéia construtiva na caixa, ou na sua forma, mas quer, com
isso, criar uma ambivalência entre forma-cor e espaço e
a forma-caixa ou relevo, onde a visão continuamente flua para
dentro, para fora, por trás, pela frente. Para isto usa a cor
em toda a sua vibração, de modo altamente decorativo,
onde transparece toda a sua alegria de criar, que é, a meu ver,
o mais importante da sua atitude frente às solicitações
criativas. Penso por vezes em Sophie Tauber-Arp, só que em Solange,
o idealismo que era o da pintora suíça é aqui,
no seu tropicalismo inevitável, uma disponibilidade da criação,
que flui, e se transforma em vestimentas estranhas, em relevos inesperados,
numa geometria realmente fascinante. Mário Barata ( 1974 ) Uma arte mediterrânea, de sol e cor, ressurge nas anti-caixas e no artesanato elaborados por Solange Escosteguy. As primeiras fazem ressaltar o vazio de fôrmas do imponderável, abertas e em esperança. Hélio Oiticica batizou-as apropriadamente com o nome em que o 'anti' de moda, no caso, profundo e misterioso, se instala adequadamente ao romper com o volume fechado que caracteriza a essência das caixas. Projeções ou prolongamentos tridimensionais aparecem em algumas peças, enriquecendo a sua visualidade, cuja cor vibrante é um horizonte de Pasárgada : a terra do sonho. Essa cor revive nos 'panneaux', vestidos e almofadas, invadindo o útil com sua beleza, ao mesmo tempo e dialeticamente dionisíaca e apolínea. Uma artista prossegue assim, incansável e delicada, em sua obra - a sua obra.
Enfrentado a los cuadros-objeto de Solange Escosteguy el espectador atento descubre una búsqueda constante por vitalizar la geometría con el empleo de la más variadas gamas cromáticas y con la configuración de estructuras no tradicionales. Descubre, asimismo, una exuberancia colorística y una libertad para manejar las formas que son dos constantes de la producción de la artista brasileña. Advierte, finalmente, que esas características formales transmiten una preferencia transmiten una preferencia existencial por el dinamismo, señalan la importancia de la energía y el movimiento en el mundo contemporáneo y aluden a las complejidades y fracturas de la vida moderna. Maria Luísa Torrens (Uruguai, 1984) El problema dinámico con el que desafia al espectador, Solange Escosteguy, obliga a una revisión de las coordenadas perceptivas tradicionales y se compensa con la vitalidad cromática, y la brevedad y sensibilidad que susurran sus sutiles transparencias. Hay una propuesta en la última producción de Solange Escosteguy por explorar las nuevas relaciones espacio-temporales que son un desafio para el hombre de fines del S. XX.
No le basta a Solange Escosteguy la ruptura sustantiva del soporte. El contenido geométrico desata tensiones que la amazona Escosteguy domina y maneja en amplios planos de color con riendas de lineas de grosores distintos, que se contraen, se superponen y desfasan creando falsos espacios perspectivos. Asimetrías, repeticiones irregulares e invasiones de forma y color, crean focos de singulares entrecruzamientos, cuyo lejanísimo antecedente encontramos en ciertas figuras futuristas de gran dinamismo y, más cerca, en la batalla geométrica que desencadenan algunos concretistas (...)
Solange
Escosteguy faz parte de uma geração que inaugura nas Artes
Plásticas o diálogo da arte com o cotidiano, materializando
a preocupação de revolucioná-la a partir de uma
abrangência maior das chamadas "artes eruditas" ou "clássicas",
assimilando outros materiais e suportes, até chegar à
exploração artística das possibilidades do próprio
corpo, dimensionando a sua linguagem ao mais simples mas também
sutil que é o vestir.
(...)Influenciada
pela saudável convivência com Hélio Oiticica, os
relevos de Solange concretizam-se no espaço irregular, na tridimensionalidade,
desprezando os limites regulares do quadro. Nesse aspecto, seria importante
para se compreender melhor a produção de Solange, a leitura
do livro "Aspiro ao Grande Labirinto" de H.O., onde o grande
artista e teórico preconiza a morte do quadro como a única
salvação possível para a pintura.
Solange Escosteguy (apresentação da exposição Zonas de Silêncio, em Santiago) Zonas
de Silêncio reúne objetos e esculturas feitos nos últimos
dois anos. São trabalhos que marcam claramente uma nova fase,
centrada no emprego do papel maché e de colagens. A forma, o
volume e o movimento se desprendem do papel e se complementam com outros
elementos que acrescento, como pedaços de madeira, tecidos, gravuras
e fotos. Uma primícia a mais: aparecem referências imediatas
ao plano da realidade que nos tangencia, ainda que não se possa
falar aqui, de nenhuma forma, de uma conversão ao figurativo.
As obras
de Solange Escosteguy, compreendidas na arte objetual, colocam em questão
o problema da unidade do conteúdo e da forma, a qual, por não
ser cartesianamente dicotômica, levou Henri Focillon a ver, com
muita propriedade, na obra de arte a capacidade de seu conteúdo
formal. (...) En (…) su primera muestra en Chile, la artista presenta una nueva evolución que, como ella misma señala, obedece a su encuentro con el paisaje de nuestro país. Utilizando elementos propios de la tierra, más materiales que ella misma elabora, crea diversos volúmenes a los que incorpora el color mediante la aplicación de pintura acrílica y pigmentos. El resultado es sorprendente, y aunque las formas son claramente abstractas, en ellas es posible reconocer el desierto, la cordillera o el ventisquero. Mecha Gattás (Uruguay) La filosofía
de Solange Escosteguy está basada en el concepto de que la forma
democrática se traslada al arte-moda. Sus vestidos, sus chalinas
son entonces obras de arte que pasean por las calles. Como grafitis
energizados detienen y absorben las miradas de los transeúntes,
los aferra a los colores, los encierra en sus estructuras. Elisa Roubaud (Uruguay) Las esculturas de Solange Escosteguy resultan una proeza como intervención de la materia. Algunos ejes atraviesan, sostienen cuerpos de papel maché densos, texturados y enriquecidos por el contacto de lijas y manos que van llevando los tonos y las pátinas a esa compleja amalgama de materia y color. Las formas que consigue al equilibrar pasta de papel y fuerza de gravedad se elevan caprichosas en el espacio, o dejan caer el peso engañoso de un material esencialmente liviano, con aparencia de roca, piedra, lava incandescente. Estas obras son la etapa actual de una larga trayectoria que comenzó con objetos realizados en 1967 en la Nueva Objetividad, o en el Desfile Happening que hizo la artista en el Museo de Arte Moderno de Rio de Janeiro, en el mismo año, ambientado en Tropicalia de Helio Oiticica. Fernando López Lage (Uruguay) Interferências Desde
1966 Solange Escosteguy vem produzindo objetos em que a forma e a cor
são tópicos que traduzem suas idéias sobre as diferentes
interferências no espaço. As peças apresentadas
têm um caráter singular, entre o vegetal e o zoomórfico,
como que surgidas da natureza ou de paisagens interiores. O corpo poderia
ser o causador do movimento das obras. Sua estratégia é
a de um escultor: é sempre importante a projeção
das sombras, o equilíbrio e a interferência da artista
no espaço - neste caso, as paredes da sala de exposição. Caio Mourão (Brasil) Solange, |
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A
moda e a Arte
A moda é um conjunto de regras que vão e vêm, e podem ser determinantes do comportamento do homem. A arte é outra coisa. É um estado de espírito. Para a arte não há tempo. A indumentária serve em seu aspecto funcional, para cobrir o corpo. Numa análise mais atenta, vemos que sua verdadeira motivação é comunicativa e social e que, sobretudo, interpreta as regras que determinam as modificações do vestir como um signo de um tempo específico. A arte nas roupas, nos adornos, é uma manifestação de um estado de espírito. Que outra razão existirá para que os indígenas pintem em seus corpos suas alegrias, suas tristezas, seus gritos de guerra? A arte vestida cresce quando ela é vivida, quando se completa no movimento do corpo, quando assume e amplia a expressão humana. Por isso me sinto um alquimista, dando cores e formas aos que lhe dão sua alma e vida.
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